É um cantar que nasceu pelos corredores da fronteira, e há muito tempo é assim, andejar e andejar, distâncias que são encurtadas pelas patas de fletes, e relatadas aqui pelo linguajar próprio, de campo.

Aqui vamos relatar o que vivenciamos, sentimos e até os sonhos que nos rodeiam, a cada passo do flete destino de quando em quando firmamos os arreios do pensamento e paramos n'alguma porteira divisora de razões, daí que brotam as discussões, cada um defende suas origens, peleiam por algum ideal, mas não podemos esquecer de que andamos sempre "Compondo Rastros".

Cada um tem seu passado que cruzou, deixou "rastros", por isso temos que firmar a rédea do destino e seguir firme na estrada que escolhemos, é por aí o caminho que estamos "Compondo Rastros".


"Sou herdeiro dos caminhos,
Do rastro que me condena
Canto aqui as minhas penas
Colhidas por tantos pagos
Aroma de terra e pasto
Adoçado de sentimento
Que se mesclou aos ventos
Pra compor os meus rastros"



Carlitos da Cunha de Quadros

Santa Maria - 24/07/2010

Tempo Chuvoso


Radio Fronteira Gaúcha

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Cincha Que Aperta Tantos...




Bueno, lhes escrevo aqui algo que me vem à tona na cabeça nesse instante, talvez por motivos da nossa realidade humana atual...
Pois bem,uma simples cincha que traz firmeza aos arreios,quando alço a perna pra recorrer alguma invernada, é capaz de "apertar"  tantas verdades em seus tantos sentidos.

Um índio velho,mateando "bajo" um galpão quinchado,aperta suas lembranças com a cincha do sentimento... lembranças da vida de guri,pealos,campereadas, até o diário banho no açude depois que levava a eguada pra aliviar o suor da lida do dia...
 A cincha que aperta um pai ao ver seu filho partir,buscando novos rumos na vida, na sina do estudo,que por mais que "cinche" olhares pra trás na hora de partir, sempre na volta traz recompensas gratas...
A cincha da maldade,que pelo cinchador insano cabresteia tantos pra canhadas e mal caminhos, quem dera que essa cincha apertasse as mal feições dos políticos,que acolherados à cobiça se prendem ao "ter" e não pensam no "ser"...
Também lhes conto da buena cincha do amor... ah! essa chega dar gosto de falar, desde aqueles tempos antigos em que um cuera, abraçado a sua guitarra,madrinha das noites frias, debruçava um canto dolente,nascido nesta fronteira, só pela conquisto do encanto de dois olhos morenos,encandecentes na moldura de uma janela....
Enfim lhes pergunto senhores,quantos segredos mais será que traz uma simples cincha e seus sentidos ?
Por certo,infindos !

Bueno,por aqui meu tempo se "apequena" e aperto a cincha da despedida, neste ritual rotineiro de trazer aos versos aquilo que me fascina e me indaga por esta humilde vida fronteiriça...

 
" Couro cru traz na essência
E mil segredos guardados
Tantos sonhos sustentados
Nos sentidos que apresenta,
Cincha que nunca arrebenta
Firmando a fibra do pago
Pendurada ao galpão vago
Agora aperta silêncios
Cinchando aquilo que penso
Diante os versos que trago ! "





 Matheus Costa- Dom Pedrito-
Fevereiro de 2011


 

Um comentário:

  1. Parabéns Matheus,
    e gracias ao mesmo tempo, baita texto,
    falou a mais pura verdade de coração, esperamos mais textos que nem este.

    Grande abraço!!

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